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Palavras ditas por Buda (Gautama), há mais de 2500 anos... E ainda hoje são atitudes que precisamos tanto ouvir!! Não acredite em tudo sem analisar!!

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Didática do Autoconhecimento - II

No artigo anterior introduzi o conceito de Ego. Agora farei isso de uma forma mais clara.

Todos nós temos uma personalidade, certo? Dizemos "fulano é de um jeito, sicrano é de outro" mas ninguém tem uma personalidade clara e definida. Muitas pessoas que consideramos calmas às vezes têm explosões de raiva; pessoas que consideramos honestas não cumprem suas palavras e por aí vai. Às vezes temos uma imagem de uma pessoa e essa pessoa, em algum momento, se comporta como se fosse outra. Quem nunca sentiu isso alguma vez?

Quantas vezes nós mesmos nos damos conta que mudamos de idéias, não temos continuidade de própositos? Quantas vezes morremos de amor por uma pessoa para em seguida não sentir mais nada por ela ou começamos uma faculdade para, em seguida, desistir e começar outra, etc? Porque temos egos, múltiplos eus. Não temos ainda um Centro de Gravidade Permanente. Nossos múltiplos eus disputam entre si o controle da nossa máquina orgânica. A nossa personalidade é como uma carroça puxada por inúmeros cavalos ou uma marionete controlada por fios invisíveis. Não temos vontade própria e consciente, apenas somos servos de nossos múltiplos eus. Cada eu disputa o controle da personalidade, mas logo é derrubado por outro. E os eus vivem numa disputa interminável para ser aquele que manda no momento.

Cada um de nós tem cerca de cem mil eus e são 7, os eus-causa: luxúria, ira, orgulho, inveja, cobiça, preguiça, gula. Cada um deles representa um determinado defeito psicológico. Quando somos criticados e sentimos ira ou dor no coração, cada um desses é um eu. Temos milhares de defeitos e, portanto, milhares de eus.

O mais importante é que cada um desses defeitos, que é uma pessoa em separado vivendo dentro de nossa mente, é uma entidade viva. É muito fácil observar a existência da multiplicidade do eu e da nossa confusão mental decorrente disso: quando vamos dormir, no estado de transição do sono, ouvindo inúmeras vozes conversando dentro de nós mesmos. A nossa mente é a contraparte física do corpo mental (5ª dimensão) onde estão os eus. É fácil poder ouvi-los conversar dentro de nós mesmos. Para vê-los é mais complicado. Algumas pessoas mais sensíveis conseguem ver seus eus caminhando em sua casa, e todos concordam que são mais feios do que qualquer outro ser existente no mundo.

Há alguns anos estava procurando uma maneira de despertar minha clarividência e me conheci um rapaz que ensinou uma técnica para ver a aura: ficar se olhando nos olhos, fixamente, num espelho, com uma escuridão total no ambiente. Ele disse que antes de ver a aura o rosto mudaria e adquiria feições animalescas, mas não quis me dizer do que se tratava. Realmente isso aconteceu e meu rosto mudou inúmeras vezes no espelho, adquirindo imagens horríveis. Só depois compreendi que tinha visto alguns eus.

Felizmente, temos algo de lindo dentro de nós que é a nossa Essência Divina, ou melhor, nossa alma. Ela é a parte de Deus dentro de nós, que se manifesta sempre que agimos com amor e sabedoria. Essa Essência é perfeita e todos nós seríamos perfeitos se não tivéssemos o Ego, que são nossas imperfeições.

A média da humanidade é ter 97% de ego e 3% de Essência. Estamos aqui por algum motivo; "triste é a existência daquele que vive sem saber o motivo de sua vida..." e um dos principais motivos é aniquilar o ego para fabricarmos a alma, pois ainda não temos alma, apenas um embrião, uma Essência. A cada defeito que desintegramos, uma parte da nossa Essência é liberada, se convertendo em mais virtude e sabedoria. E aos poucos vamos fabricando alma enquanto crescemos como seres humanos.

Por exemplo, se desintegrarmos o orgulho nascerá no seu lugar a humildade; se desintegrarmos a luxúria, nascerá no seu lugar a castidade; desintegrando a ira nascerão a calma e a tranquilidade, etc. E assim vamos nos libertando dos "meus medos, meus apegos, minhas preocupações"...

Santo Agostinho disse que a origem da dor está no pecado, porque quando pecamos nos afastamos de Deus, então, sofremos. Portanto, o sofrimento nunca é de Deus. É muito comum também o ser humano procurar a felicidade no externo, achando que será feliz se conseguir ganhar mais dinheiro ou se tiver mais amigos ou um namoro, etc. O fato é que a felicidade está dentro de nós e não depende dos outros ou de circunstâncias externas negativas, mas não temos ainda como sentir a verdadeira felicidade dentro de nós porque não nos encontramos conosco, não nos conhecemos de fato, porque temos ego. A felicidade é adquirida tendo Deus dentro de si e isso só ocorre com a fabricação de nossa alma, na medida em que desintegramos os eus. Consequentemente, as circunstâncias exteriores de nossa vida também mudam. À medida em que morremos psicologicamente (morte psicológica = morte do ego; nada a ver com morte física) nos tornamos pessoas melhores, mais agradáveis, mais maduras. Isso acaba melhorando a nossa convivência com os outros. O exterior é reflexo do interior e mediante uma profunda mudança interior, o exterior se modifica.

É muito fácil, e também o mais comum, culparmos os demais pelos nossos problemas. "Os outros que são injustos... não reconhecem meu valor... injustamente perseguem alguém como eu que sempre sou tão bom com todo mundo..." Esse é o raciocínio que mais se ouve por aí. Precisamos entender que as circunstâncias exteriores são reflexo do nosso estado interior e elas só mudarão para melhor com nossa mudança interior. Como? Pela morte do eu.

Agora que já dei uma explicação prévia sobre o que é o Ego, vou explicar como ele pode ser eliminado. Para quem pensa que isso é só mais um ensinamento entre milhões, sugiro que pratique e veja por si mesmo que é um tesouro que não tem ouro no mundo que pague. Qualquer um que passe a praticar com sinceridade a morte do ego (1° fator da Revolução da Consciência) e depois de um tempo olhar para trás, verá que cerca de 1 ano antes de começar o trabalho psicológico não era mais que um caricatura do que é agora. Verá o quando mudou, o quanto se transformou e o quanto a sua vida também se transformou; e sentirá uma necessidade de divulgar o ensinamento para que outras pessoas também possam se regenerar e regenerar os demais.

Esse conhecimento foi entregue no Ocidente pela Gnose, mas ele já havia sido introduzido previamente por George Gurdjieff e Peter Ouspensky, de uma forma mais simples. Os mestres Sufis, do Oriente, já falavam sobre isso antes do Mestre Gurdjieff.


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