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Palavras ditas por Buda (Gautama), há mais de 2500 anos... E ainda hoje são atitudes que precisamos tanto ouvir!! Não acredite em tudo sem analisar!!

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Didática do Autoconhecimento - III

Precisamos estar atentos às nossas emoções no convívio diário. Esse mundo é o ginásio psicológico em que estamos para que possamos descobrir e elimar nossos defeitos. Temos que aprender a receber com agrado as manifestações desagradáveis de nossos semelhantes, porque são elas que nos fazem ver o que temos de ruim. Se tivéssemos situações externas totalmente tranquilas, não teríamos oportunidades para nos descobrirmos e continuaríamos sempre na mesma. Uma situação complicada é uma oportunidade para nos descobrirmos, é o ginásio psicológico. Na auto-observação descobrimos que nossos defeitos afloram em momentos negativos.

Descobrir o defeito é o primeiro passo para eliminá-lo. Quando descobrimos um defeito (sugiro trabalhar com aquele que mais incomoda no momento) devemos escolher algum momento do dia para meditar sobre ele. Quando estivermos calmos e sozinhos (à noite, antes de dormir, é um bom horário) investigamos as raízes do defeito. Cada defeito tem milhares de faces e ramificações, e está lá por algum motivo.

Por exemplo, a ira: ao ser criticada, uma pessoa reage com ira contra a pessoa que a criticou. O que existe por trás da ira? Orgulho ferido. E qual é o motivo do orgulho? Complexo de inferioridade. A pessoa se sentia oca por dentro, infeliz e buscava encontrar algum motivo para gostar de si mesma, se amar. Então, buscou encontrar em si própria alguma virtude para poder gostar de si mesma; passou também a buscar outras pessoas para alimentar esse orgulho, porque inconscientemente sabia que ele é falso, é só uma máscara e que precisa receber alimento para não sumir. A crítica traz à tona o complexo de inferioridade porque momentaneamente "quebra" a máscara e, consequentemente, a infelicidade. A ira existe para bloquear esses processos. Desintegrando a ira, numa repetição da cena interior, o que se manifesta é uma dor no coração. Desintegrada essa dor, se a mesma cena se repetir outra vez, o que aparecerá é o amor pela pessoa que fez a crítica.

O ser humano vive constantemente com medo da infelicidade. Esse medo o leva a criar inúmeras máscaras e falsas imagens de si mesmo para acreditar que assim será feliz. Cada pessoa, inconscientemente, mente para si mesmo na busca da felicidade, criando falsas imagens de si própria com o intuito de superar o medo da infelicidade, o que acaba originando milhares de defeitos de ira e orgulho.

Nós criamos cada defeito; cada um, por um motivo. Quando compreendemos um defeito, ele não tem mais motivo para existir e, então, só resta morrer. Quando o defeito morre sentimos, na hora, um grande alívio e uma grande alegria porque a liberdade não tem preço.

Depois de descobrir o defeito precisamos escolher um momento propício do dia para nos dedicarmos à compreensão. Relaxamos o corpo e penetramos no nosso inconsciente para compreendermos todas as causas daquele defeito: qual é o motivo dele existir, por que o criamos, como ele rouba nossa energia (cada defeito rouba energia de uma forma). Devemos recriar a cena em que ele se manifestou e procurarmos compreender tudo o que se passou no nosso inconsciente naquele momento. Não precisamos de esforço mental para compreender um defeito porque a compreensão não é algo intelectual. É intuitiva e quando compreendemos um defeito temos certeza disso. No entanto, a compreensão foi de apenas uma face dele e precisamos de cerca de um mês meditando no mesmo eu. Defeito compreendido é defeito que já pode ser eliminado, porque sua existência não tem mais sustentação alguma. Descobrimos porque o criamos e agora ele pode ser eliminado; não precisamos mais dele.

Então, esses dois são os primeiros passos para a morte do ego: descobrir o eu e compreende-lo.

Com o defeito morto surge, no lugar dele, a virtude correspondente. Além disso, adquirimos sabedoria, desenvolvemos nosso altruísmo, nossa necessidade de fazer algo pelos demais. Além disso, também nos desenvolvemos espiritualmente porque como disse antes, todos nós temos faculdades de clariaudiência, clarividência, polividência, telepatia, desdobramento astral e lembrança de vidas pessadas que são natas na Essência. O eu aprisiona a Essência, mas quando vai sendo eliminado, essas faculdades vão ressurgindo.

É fascinante estudar astronomia, relatividade, química, literatura, linguística, história... Mas é absurdo ser um erudito e não saber nada sobre si mesmo. Devemos cuidar de tudo da nossa vida: do emocional (relacionamentos, diversão), do intelectual (aquisição de cultura) e do espiritual. Devemos evoluir nos três pontos. Mas o mais importante é matar o ego, porque aí a vida ganha sentido.

Quem não trabalha sobre si pouco evoluiu. Se converte em vítima das circunstâncias, continua se magoando ou brigando quando contrariado, continua preso em milhares de travas mentais que todos nós temos e nada vai saber sobre a vida e a morte. É como um tronco à deriva no oceano. O homem se julga senhor da natureza quando sequer é senhor de si mesmo. Precisamos adquirir, primeiro, o controle de nós mesmos com o trabalho da morte do eu.

Vemos no mundo inúmeros casos de fanatismo religioso, político ou por um time de futebol. É normal se apegar a algo ou alguém por medo de si mesmo. Quem idolatra um político ou segue cegamente e fanaticamente uma religião, busca um guia. A busca de si mesmo, da vida, da morte e da infelicidade nos faz buscar um guia. Temos aí a causa do fanatismo, que traz tantas mortes em brigas de torcidas organizadas em estádios de futebol ou com o terrorismo.

Em vez de fugir devemos olhar para dentro de nós mesmos, compreender nossos defeitos, eliminá-los. Aí estaremos usando tudo o que a vida nos dispõe para termos um verdadeiro rumo: o trabalho sobre nós mesmos. Quem conhece a si mesmo também conhece outras pessoas, entende da psicologia de todos; conhece aspectos de outras pessoas que nem elas mesmas sabem por não se conhecerem.

Além dos dois passos que citei acima, também é necessário o arrependimento (um eu não morre se você nao se arrepender de te-lo criado, porque senão o criaria de novo) e a oração. Essa prática pode ser feita por um devoto de qualquer religião e cada um que ore à Sua Divinidade Interior para desintegrar o defeito, isso acontecerá.

Ensinar algo que não se comprovou é totalmente hipócrita. Estou ensinando o que vivi e posso garantir que esse ensinamento é um presente maravilhoso; não apenas mais uma teoria. Uma sugestão que dou é que leiam os livros "Psicologia Revolucioária" e "A Revolução da Dialética", para terem uma compreensão mais clara.

É fundamental trabalharmos nossas vidas para além de nos tornarmos pessoas melhores e mais felizes; adquirirmos também conhecimento esotérico verdadeiro. Somos microcosmos e cada vez que conhecemos mais do nosso universo interior, conheceremos mais do interior. Sem essas travas, ganhamos faculdades que nos possibilitam descobrir os mistérios do universo, num processo lento e gradual.

Temos que nos libertar de pré-conceitos, ter a mente livre, sem apego a nenhuma religão, pessoa, conceito ou partido político. Liberdade de pensamento é fundamental, sem condicionamento mental, para aceitar idéias novas. E trabalhar sobre si não como obrigação, mas pela felicidade, conhecimento e sabedoria reais.
ok

(Extraí da visão gostosa de Filipe Jacques)

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