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Palavras ditas por Buda (Gautama), há mais de 2500 anos... E ainda hoje são atitudes que precisamos tanto ouvir!! Não acredite em tudo sem analisar!!

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Egocêntrico: Ser ou não Ser? ...

Convenhamos: O ser egoico é,sobretudo, um grande chato, se acha o centro do universo, cúmulo da perfeição, inigualável, singular, magnânimo, etc. Ele se coloca, em relação a outras pessoas, como o Sol está para Plutão. Sabe tudo, já fez de tudo e se sente à vontade para – mesmo sem convite – ensinar (a seu jeito) o “certo”, geralmente ridicularizando quem o contradiz. Sua maior frustração é não ter sido o primeiro a ocupar a face da Terra, em lugar de Adão, o que lhe daria a chance de fazer com que a Humanidade, à sua sombra, fosse perfeita.
Zelmar Guiotto descreve com muita propriedade em seu blog, no artigo “Ego Executivo”, (Veja em http://zelmar.blogspot.com/2011/01/ego-executivo.html ) o comportamento de personagens que se destacam por essa característica, e cita, entre outros, o caso de Larry Ellison, presidente da Oracle Corporation, dizendo que há até uma piada que ajuda a defini-lo: “a diferença entre ele e Deus é que Deus não pensa que é Larry Ellison”.
De acordo com o professor Marcelo Ribeiro, o ego pode ser entendido como uma autoimagem que construímos ao longo da vida por meio de nossas relações com o outro e com o mundo. “Essa representação do eu é marcada pela psicodinâmica das relações entre um ego real (necessidades reais – o que eu sou), um ego ideal (necessidades impostas socialmente – o que outro gostaria que eu fosse) e um ideal de ego (desejos construídos na relação com o mundo – o que eu gostaria de ser”. O ego seria a resultante dessas três dimensões em contato com a realidade externa e com o mundo interno de cada um. Ele permeia nosso comportamento e nossas formas de relação com o mundo, nosso grau de autoconfiança, de satisfação e de tolerância à frustração. “Quando a pessoa tem dificuldade para superar o egocentrismo, terá também dificuldades de comunicação, cooperação e de lidar com os conflitos oriundos da relação com os outros, ficando mais fragilizada e suscetível às frustrações”, informa o professor.
A principal característica dos narcisistas é a paixão por projetos grandiosos. Como o Narciso do mito, são apaixonados pela própria imagem, isto é, gostam de visibilidade.

VOCÊ CONHECE ALGUÉM ASSIM?


Dirce Chagas da Costa, Diretora-presidente da Samcil Solidária, já passou por cargos executivos ao longo de sua carreira e, com toda sua experiência, avalia que o egocentrismo, no final das contas, é uma barreira para o crescimento profissional. “Alguém que pensa que sabe tudo não vai chegar a lugar nenhum, de fato”. Para ela, o ego elevado até pode ser uma ferramenta para um executivo atingir altos postos, o problema está na sustentabilidade desta posição. Além de não se sustentar por si só, o executivo de ego elevado pode estar escondendo algo que esta pessoa não tem: talento.

Bem, nem todos têm o azar de conhecer alguém tão egocêntrico quanto Larry Ellison, um cara que, segundo relatos, “tem acessos de fúria quando um subordinado aparece mais do que ele”. Eu tive esse azar. E mais de uma vez. Porém, nunca me senti incomodado por isso, exceto num caso específico, quando tenho que lidar com certo sujeito que acumula vários complexos, consequentes de um grave distúrbio de personalidade, difícil até de explicar, visto que se configura como soma de vários distúrbios. Contudo, tenho certeza de que muitos já enfrentaram a dificuldade de se relacionar com pessoas que acreditam ser o máximo e se revelam ridículas, especialmente porque não possuem talento.
Pois bem, o tal sujeito que me inspira a reabrir a categoria “Comportamento” neste blog poderia ser usado como modelo de estudo nas faculdades de Psiquiatria e Psicologia. “Eu não precisei estudar para saber tudo que sei”, afirma de peito estufado, como uma de suas próprias verdades.
Mal acostumado à vida fácil, avesso às práticas acadêmicas e cercado de maus exemplos de sucesso, essa figura1 costuma se meter na vida alheia – e em outros lugares – sem nenhuma cerimônia, distribuindo observações e conselhos descabidos e, pior, extremamente confusos, ministrados com a cuidadosa escolha de palavras incomuns (vocabulário rebuscado), cujo maior propósito é demonstrar sua “cultura”.
Ironicamente, a confusão expõe a sua ignorância e o transforma numa pessoa ridícula.

Priscila Oliveira, psicóloga pós-graduada pelo Mackenzie, que atua há 11 anos na área de Recursos Humanos, diz que “o egocêntrico tende a perder a noção do todo (meio em que vive), e também de se autoavaliar” – o que explica o comportamento do modelo em questão.

O diretor de novelas Jorge Fernando, da Rede Globo, disse numa entrevista que já sofreu muito por ter sido egocêntrico, e que para combater esse comportamento “a espiritualidade é fundamental, não importa qual seja a religião”. Isto, porém, depende do grau de egocentrismo. Há pessoas que lidam com a religião diariamente – pregadores – e, no entanto, são extremamente egocêntricas, entendendo-se como reencarnações de Jesus. E afirmam, apesar de seus evidentes pecados: “Eu sou a o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (João 14:6 e 7). Em suas mentes doentias, ninguém chegará aos céus sem as suas bênçãos.

AS APARÊNCIAS ENGANAM

Convivendo com o modelo em pauta, é fácil observar, por seu comportamento, a ausência de uma personalidade própria. Ele é a soma de exemplos que lhe foram marcantes e, portanto, revestido de múltiplas personalidades que se manifestam de acordo com o cenário e com a platéia, sem perder a soberba, com ações que se antagonizam. Por exemplo, ele é capaz de pregar a humildade (porque gosta de vê-la nos outros), mas não a pratica (porque ela o colocaria em posição inferior).
Fazendo-se passar por advogado, é sempre arrogante, chega a ser grosseiro, com atitudes estúpidas, principalmente para com aqueles que lhe parecem indefesos. É seu trunfo, sua máscara para esconder a incompetência.
Outro exemplo capaz de confundir é o caso de um homossexual que sempre escondeu sua condição porque não se sentia à vontade diante do risco de desapontar o pai, cuja atividade era tipicamente masculina, sendo bem conhecido em sua cidade. Seu desejo de ser mulher era tão forte que o medo de ouvir comentários contrários não o impediu de depilar as pernas logo que alcançou a maioridade. Sentindo-se cobrado pela família e pela sociedade, casou-se, com uma mulher, e, para atender seu íntimo, buscou uma atividade paralela que lhe permitisse usar maquiagem e ficar em evidência, pois gostava de ser o centro das atenções. Tornou-se palhaço.
Ambos são bons exemplos de egocentrismo.

ARMADILHA


Os egocêntricos estão muito mais sujeitos ao sofrimento, pois suas frustrações tendem a ser muito maiores que as de quem não espera tanto de si. Quando sua realidade é descoberta, caem em depressão, escondendo-se do mundo, pois não aceitam ocupar as posições a que fazem jus. Esforçam-se para manter suas máscaras, agindo como se fossem os todo-poderosos mesmo que sua condição de vida seja incompatível com seus desejos, recusando-se a praticar a humildade. E ainda que isso não aconteça, basta o esforço de fingir constantemente para impedi-los de ser verdadeiramente felizes.


Ou seja, o egocêntrico jamais conseguirá ser, de fato, aquilo que gostaria de ser.

(A toca da coruja)

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