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Palavras ditas por Buda (Gautama), há mais de 2500 anos... E ainda hoje são atitudes que precisamos tanto ouvir!! Não acredite em tudo sem analisar!!

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Desencontros

Entre nós não há barreiras. Há muito que tentamos dissimular sentimentos sentidos e que teimamos dizer não sentir. Cruzamentos inesperados, momentos combinados, sem conseguir premeditar o desfecho. A troca de olhares recíproca sempre deixou o rasto de "conhecemo-nos desde de sempre".É certo e inevitável, não vale a pena esconder. Batalhas travadas? Sem dúvida, num medir de forças em que ninguém ganha, não é possível, o sentimento está acima. Mas quando estamos juntos esquecemo-nos disso e continuamos no braço de ferro, na esperança triste de que alguém pode sair vencedor. Mentiras que os nossos olhares não reconhecem, pois transbordam de amor.

É complicado, digo eu agora. Em tempos disseste-me tu essas palavras que me custaram engolir. Tinham o sabor amargo da mentira. Dor? Sem dúvida. Aquela dor, da ligação que tenho contigo, de te ver sofrer e de te querer atenuar a dor, aquela dor que não é minha e que tu teimas em não reconhecer e eu teimo em querer partilhar contigo, como se te pudesse aliviar do teu sentir. Engano. Não posso dividir a minha vida com a tua, nem vivê-la por ti. Eu sei.

No entanto sinto-me presa, até explodir. Não me queres ouvir, mas eu solto, solto a dor. A lágrima desprende-se e eu deixo-a cair contigo.Queres fugir. Como eu te compreendo, eu também sempre quis fugir, iludindo-me, acreditando que a rosa não tem espinhos e concentrando-me só na beleza da flor. Mas amor, os espinhos picam, e fazem parte.Aceita isso.Eu aceito e aceito-te como és. És uma bela flor rodeada de espinhos, para que ninguém chegue até ti. E se somos espelhos, parte de ti sou eu.

Compreendo-te. Sempre. Sempre estarei cá. De que forma? Não sei, na minha presença ou ausência, foi o combinado. Somos diferentes, com toda a certeza, mas sei tudo sobre ti, sem que tenhas de proferir uma palavra. Sentes-te em casa comigo e eu sinto-me despida e descalça. Tocas-me sem me tocar e mostras-me o caminho naturalmente também. O respeito silencioso que acordámos revela-se nos momentos preciosos.

Estamos separados, mas já tivemos juntos, e estamos mais unidos do que nunca. Não se percebe? Pois será fácil de entender porquê: não há palavras que descrevam o que não se explica, mas o que se sente. Talvez isso torne mais difícil as palavras de saírem, pois o racional sempre tenta explicar.

Chorei contigo, ainda que as tuas lágrimas não tivessem caído, na aceitação da tua estranha forma de te amares. Aliviou-me, porque percebi que não posso chorar as tuas lágrimas,e confortou-me a confirmação de saberes que eu estou aqui e que a minha simples presença te conforta. Não precisa mais.

Aceito-te no pacote completo, com as tuas qualidades e defeitos. Amo-te do fundo do meu coração, e esse amor compreende e aceita-te como és. Julgar-te, já o fiz, mas hoje digo-te não sou capaz. Hoje só te consigo dar o meu amor. Sempre que caíres e precisares de ajuda para te levantar e chamares por mim, estarei aqui, para te ajudar a levantar.

Estranhamente pode parecer que estamos de costas voltadas, pois não compactuo com os teus desejos. Mas é no desencontro que te encontro plenamente :-)

Amanhã voltarei a amar-te, mas certamente será diferente. Como? Não sei... depois do dia nascer e de vivê-lo, talvez alguma resposta venha até mim. Até lá não sei, não sou profeta...rs

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