Quem ama outra pessoa deve, antes, amar a si mesmo, em primeiríssimo lugar! Isso não é egoísmo, é exercício de preparação para o compartir da existência, fazendo concessões necessárias e se adaptando ao convívio para que a opinião de dois tome o caminho do consenso e a boa vontade enseje a compreensão. Quem se ama não se compara com os demais, não se coloca abaixo ou acima de ninguém. Não aumenta suas qualidades, mas se valoriza, absolutamente consciente do que merece aplausos, vaias e reformas. Ao amar, evita derribar ou sobrelevar o conceito que tem do outro, e assim aprende a não humilhá-lo ou subestimá-lo e, do mesmo modo, não o endeusa nem o coloca em patamar muito além da realidade humana.
Amando-se, em todos os aspectos, não se deixa vencer pelo desânimo quando não realiza todas as suas expectativas, dá-se uma nova chance e tem confiança de que será mais bem sucedido na próxima vez. Não acumula culpas pelo que não depende de seu esforço, festeja as vitórias e quando se priva de alguém, que se evade ou morre, não enterra com as lembranças a possibilidade de amar de novo, apesar do risco de perdas e desilusões. Conhece profundamente os seus dons e reconhece sinceramente suas limitações e seus impedimentos. Não se considera fracassado quando os planos tomam rumo inesperado. Mantém o entusiasmo na busca do seu querer e se empenha no auto-aprimoramento para favorecer o que alguns chamam de destino e que, em grande parte, são escolhas. Aceita o outro sem tentar fazer dele nova pessoa e, em vez de corrigi-lo, usa a energia de mudança para se aperfeiçoar, enfrentando rupturas, se for o caso, para não ser vítima de desgaste e sofrimento.
Porque se ama, está bem em sua pele, gosta do que vê no espelho e tem alguma complacência com o que não é exatamente uma perfeição em sua figura. Compensa com estilo, e se admira, se encanta e se elogia, ainda que ninguém concorde. Não precisa, pois é emocionalmente independente. Ao amar outrem tem dele uma visão equilibrada e um retrato de seu exato tamanho, nem menor nem maior do que ele é. Não fantasia demais, e as ilusões, ainda que as tenha, não impedem de enxergar com inteireza as fraquezas suas e alheias, então, aprende a relevar, a compreender e a perdoar, e os erros não são marcas de ferro e fogo, mas vistos como lições que burilam as atitudes.
Porque se ama, está bem em sua pele, gosta do que vê no espelho e tem alguma complacência com o que não é exatamente uma perfeição em sua figura. Compensa com estilo, e se admira, se encanta e se elogia, ainda que ninguém concorde. Não precisa, pois é emocionalmente independente. Ao amar outrem tem dele uma visão equilibrada e um retrato de seu exato tamanho, nem menor nem maior do que ele é. Não fantasia demais, e as ilusões, ainda que as tenha, não impedem de enxergar com inteireza as fraquezas suas e alheias, então, aprende a relevar, a compreender e a perdoar, e os erros não são marcas de ferro e fogo, mas vistos como lições que burilam as atitudes.
Com amor por si mesmo, dá de ombros para o pessimismo, não incentiva pensamentos derrotistas, não flagela a autoestima, não cultiva mágoas nem rancores e não estimula a piedade em causa própria. É benevolente e carinhoso, isto sim, e se põe no colo se achar que é fundamental para a retomada do ânimo. Não espera que o façam, sabe reconstituir suas forças de per si e, embora dê boas-vindas a qualquer ajuda para enxugar lágrimas e se reerguer, encontra coragem para recomeçar mais uma vez.
Por se amar, quando ama outra pessoa não se torna acessório dela, e não é metade da laranja, pedaço, parte de quem quer que seja, mas um ser inteiro, completo, pleno. Não está cimentado em certezas, é aberto ao diálogo e tem boas conversas no silêncio do coração e na paz da mente. Não teme ouvir os sentimentos e insiste em curá-los, é amigo generoso até de suas dúvidas, angústias e aflições de toda ordem, e as vence sem dilapidar o patrimônio interior que reflete sua luz individual e brilha ainda mais quando a compartilha. Ama com entrega e sem se perder, se dá sem abandonar o que é e tem, e anda com a pessoa amada lado a lado, nem adiante nem atrás. O amor, que se permite, acredita que merece e aposta nele para ampliar a felicidade de que já desfruta, é complemento, acréscimo, não a realização. Quase se basta, e embora não tenha com quem comemorar o Dia dos Namorados, é feito, também, para ser amado. Mesmo sozinho, está em excelente companhia, pois se ama e revogadas estão todas as disposições em contrário.
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