Já recebi várias mensagens de leitores me pedindo para escrever sobre amor virtual, desses que um número cada vez maior de pessoas vive pela Internet, seja em salas de bate-papo, seja através de trocas de mensagens.
Mas somente agora, nem sei dizer porquê, senti-me realmente inspirada a escrever sobre este admirável mundo novo...
Os meios estão cada vez mais sofisticados e práticos. Os perfis permitem cada vez mais dados. Além dos antigos – e quase ultrapassados (?) e-mails – agora tem também Orkut, MSN, Skipe, câmera, entre outras ferramentas que nos dão a nítida sensação de estar cada vez mais perto do outro, seja este outro quem for e esteja ele onde estiver...
Não quero cair na tentação de dizer que tudo isso é ótimo somente quando se trata de relações profissionais e até de amizades; talvez eu realmente esteja sendo teimosa em não querer acreditar que o amor possa mesmo invadir a virtualidade, ultrapassar tempo e espaço e inundar corações que não se sabem onde, nem quem, nem quando... talvez amanhã, talvez nunca... talvez sempre, sem nunca ter sido...
Então, para não radicalizar, tentarei explicar minhas razões, até porque – confesso! – eu mesma, numa outra época, já experimentei o feitiço desta rede virtual que consegue render corações por intermináveis esperas de uma simples e absoluta mensagem...
Hoje, realmente tenho os dois pés atrás. Eu sei, você pode alegar: mas eu conheço casais que se conheceram pela Internet e estão juntos até hoje.... Muito bem! Eu também conheço, de verdade!
Entretanto, conto-os nos dedos de uma única mão, enquanto não me são suficientes os 20 que tenho para falar dos casos que já ouvi sobre dor, lágrimas, decepção, ressentimentos, ansiedade, insegurança, reforço de baixa auto-estima, entre outros sentimentos que me fazem considerar arriscado e inconsistente demais tal caminho para o amor...
Sem contar que, definitivamente, aposto muito mais em tudo o que não é possível através da tela do computador. Creio na sutileza do encontro, olhos nos olhos, sorrisos se abraçando, palavras se buscando, um palpitar que tem força para indicar uma direção, coisa que pela Internet fica vago demais, vulnerável demais, perdido demais.
A meu ver, toda a fragilidade das relações virtuais, ainda que cheias de declarações e juras de amor, se deve à facilidade que as pessoas têm de ser quem não são, ou quem gostariam de ser, mas não têm coragem nem se consideram capazes para tanto...
Daí, as palavras são digitadas, mas não têm alma. Os sentimentos são descritos, mas não têm profundidade. Os encontros são idealizados, mas não têm força de realização, não têm disponibilidade suficiente para acontecerem... porque estão, sobretudo, impossibilitados pelo medo da rejeição, pelos exageros cometidos sem noção, pelas condições reais ignoradas em nome de desejos fugazes e proibidos...
E assim, quem está do outro lado, mergulhado até o pescoço nesta fantasia, fica sem entender... Perguntando-se o que foi que houve, o que deu errado, o que poderia ter sido, vivido, sentido, compartilhado... sem nunca realmente ter ouvido sequer a respiração ofegante do outro em busca de um amor que pudesse ser real.
E se eu pudesse dar um conselho, diria que os encontros virtuais podem ser ótimos começos, mas que não ocupem um lugar que não existe. É preciso torná-los reais o quanto antes, para que não se tornem repletos de expectativas quem nem um e nem outro podem suportar.
O amor no singular é platônico, presente que se guarda no coração como jóia que se guarda na gaveta mais segura, trancada, onde ninguém vê. Se é amor no singular que você procura, talvez a Internet seja o lugar ideal.
Porém, se é amor no plural, vivido entre dois corações que você deseja, este só é possível quando há o encontro. Que não seja hoje, mas tem de ser com dia e hora marcados... para que não se perca na ilusão da mente, tão desvairada num constante ir e vir de pensamentos contraditórios e suspeitos, vazios e, ao mesmo tempo, tão repletos de suas próprias dúvidas, tão sem mapas quando se trata de reconhecer os sentimentos.
O amor segue pelo caminho do coração e não da virtualidade inexistente.
Mas somente agora, nem sei dizer porquê, senti-me realmente inspirada a escrever sobre este admirável mundo novo...
Os meios estão cada vez mais sofisticados e práticos. Os perfis permitem cada vez mais dados. Além dos antigos – e quase ultrapassados (?) e-mails – agora tem também Orkut, MSN, Skipe, câmera, entre outras ferramentas que nos dão a nítida sensação de estar cada vez mais perto do outro, seja este outro quem for e esteja ele onde estiver...
Não quero cair na tentação de dizer que tudo isso é ótimo somente quando se trata de relações profissionais e até de amizades; talvez eu realmente esteja sendo teimosa em não querer acreditar que o amor possa mesmo invadir a virtualidade, ultrapassar tempo e espaço e inundar corações que não se sabem onde, nem quem, nem quando... talvez amanhã, talvez nunca... talvez sempre, sem nunca ter sido...
Então, para não radicalizar, tentarei explicar minhas razões, até porque – confesso! – eu mesma, numa outra época, já experimentei o feitiço desta rede virtual que consegue render corações por intermináveis esperas de uma simples e absoluta mensagem...
Hoje, realmente tenho os dois pés atrás. Eu sei, você pode alegar: mas eu conheço casais que se conheceram pela Internet e estão juntos até hoje.... Muito bem! Eu também conheço, de verdade!
Entretanto, conto-os nos dedos de uma única mão, enquanto não me são suficientes os 20 que tenho para falar dos casos que já ouvi sobre dor, lágrimas, decepção, ressentimentos, ansiedade, insegurança, reforço de baixa auto-estima, entre outros sentimentos que me fazem considerar arriscado e inconsistente demais tal caminho para o amor...
Sem contar que, definitivamente, aposto muito mais em tudo o que não é possível através da tela do computador. Creio na sutileza do encontro, olhos nos olhos, sorrisos se abraçando, palavras se buscando, um palpitar que tem força para indicar uma direção, coisa que pela Internet fica vago demais, vulnerável demais, perdido demais.
A meu ver, toda a fragilidade das relações virtuais, ainda que cheias de declarações e juras de amor, se deve à facilidade que as pessoas têm de ser quem não são, ou quem gostariam de ser, mas não têm coragem nem se consideram capazes para tanto...
Daí, as palavras são digitadas, mas não têm alma. Os sentimentos são descritos, mas não têm profundidade. Os encontros são idealizados, mas não têm força de realização, não têm disponibilidade suficiente para acontecerem... porque estão, sobretudo, impossibilitados pelo medo da rejeição, pelos exageros cometidos sem noção, pelas condições reais ignoradas em nome de desejos fugazes e proibidos...
E assim, quem está do outro lado, mergulhado até o pescoço nesta fantasia, fica sem entender... Perguntando-se o que foi que houve, o que deu errado, o que poderia ter sido, vivido, sentido, compartilhado... sem nunca realmente ter ouvido sequer a respiração ofegante do outro em busca de um amor que pudesse ser real.
E se eu pudesse dar um conselho, diria que os encontros virtuais podem ser ótimos começos, mas que não ocupem um lugar que não existe. É preciso torná-los reais o quanto antes, para que não se tornem repletos de expectativas quem nem um e nem outro podem suportar.
O amor no singular é platônico, presente que se guarda no coração como jóia que se guarda na gaveta mais segura, trancada, onde ninguém vê. Se é amor no singular que você procura, talvez a Internet seja o lugar ideal.
Porém, se é amor no plural, vivido entre dois corações que você deseja, este só é possível quando há o encontro. Que não seja hoje, mas tem de ser com dia e hora marcados... para que não se perca na ilusão da mente, tão desvairada num constante ir e vir de pensamentos contraditórios e suspeitos, vazios e, ao mesmo tempo, tão repletos de suas próprias dúvidas, tão sem mapas quando se trata de reconhecer os sentimentos.
O amor segue pelo caminho do coração e não da virtualidade inexistente.
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