O coração é a morada da alma. Nele, se dá o milagre da transmutação de nossas mazelas amorosas, -aquelas que são originadas pelas reações do ego, e que nos fazem cultivar sentimentos como raiva, ódio, ressentimento, rejeição, amargura- em uma outra forma de manifestação do amor, que é a compaixão.
Quando temos dificuldades de relacionamento é porque, geralmente, projetamos inconscientemente no outro nossas próprias fraquezas, como o individualismo, o egoísmo, a falta de segurança interior, então o olhamos com uma atitude de julgamento e crítica.
Um aprendizado fundamental é que nossas dificuldades e a dos demais seres humanos são semelhantes, senão iguais. Colocar-se no lugar do outro é uma arte que todos precisamos aprender, pois sem esta atitude compassiva, será impossível desenvolver o amor incondicional.
Não é nada fácil assimilar este aprendizado. Principalmente, quando a outra pessoa não é alguém próximo de nós, mas um estranho que está seguindo uma existência em total sintonia com seu lado sombrio, identificado com a energia da violência.
Neste caso, torna-se muito difícil olhá-lo e enxergar nele nosso semelhante. Mas a compaixão não se harmoniza com qualquer forma de julgamento, ou pelo menos, não com aquela que quer fazer justiça com as próprias mãos.
Quando um ser humano se desvia, por total inconsciência, do caminho do bem, a justiça é uma ferramenta para que ele tenha a chance de rever suas atitudes. Nem sempre isto acontece, pois depende de grau de evolução de cada um, mas sob a ótica espiritual, ele é um espírito em sua caminhada evolutiva que ainda não alcançou a luz.
Ao sofrermos qualquer ato que venha de alguém nesse estágio, a primeira reação é do ego, que quer a vingança, e não perdoa aquele que lhe causou algum mal.
Somente os que já despertaram algum grau de consciência, conseguem transcender esta reação humana e perdoar, pois sabem que há, naquele ser, ainda que esteja extremamente oculta, a semente do divino.
O perdão deve acontecer em nível de alma, pois, se ele não ocorrer, mesmo que vejamos a justiça ser feita, continuaremos a nutrir por aquela pessoa, um sentimento de ódio que nos afastará de nossa essência, que é o amor.
Independente de ter sofrido algum tipo de violência, algumas pessoas vivenciam um sentimento de vitimas diante da vida. Culpam tudo e todos à sua volta, pela sensação de infelicidade que experimentam.
Quando a vida se torna muito difícil e tudo parece dar errado, é o momento de pararmos e refletirmos, pois este pode ser um sinal de que nos distanciamos demais de nosso coração.
De que, ao invés do caminho que nos leva ao autoconhecimento, erramos a trilha e acabamos nos conduzindo para o auto-engano. Redescobrir a fonte interior de amor, com a qual todos chegamos a este mundo, é a saída para que não levemos uma existência baseada na dor e no sofrimento.
....Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.
Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.
A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.
Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma idéia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.
Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.
Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não for o momento de se colocar teu ego e tuas palavras alí e sentir-se à vontade nesse instante que acontece, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.
A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.
É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão - às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.
As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo - ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.
Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela.
Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros".
Por minha irmã de alma: Elisabeth Cavalcante Taróloga, Astróloga,
Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
Atende em São Paulo e para agendar uma consulta, envie um email.
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