Devemos nos relacionar com as pessoas apaixonadamente, intensamente como nos relacionamos com o resto da existência...
Quando olhamos para uma flor ficamos encantados com a sua beleza.
Por um breve momento, ela é única para nós, incomparável... Alguma coisa indizível acontece que nos faz entrar em comunhão instantaneamente com ela, ficamos extasiados diante de tanta formosura.
Nos sentimos então mais vivos e mais felizes...
No momento em que estamos nos concentrando nesta flor que está diante dos nossos olhos,
não estamos interessados, nem um pouco, em saber, se a flor em questão, sente o mesmo por nós.
Nem desejamos esta flor para sempre, porque sabemos que a sua existência é efêmera.
Na nossa breve relação com ela, não há da nossa parte nenhum tipo de expectativas, cobranças, comparações.
Há sim uma aceitação incondicional da flor e de tudo o que ela pode nos oferecer, somente no "ali" e no " agora".
Nem pensamos em mudar a sua cor, o seu perfume, nem endireitar os seus galhos ou cortar os seus espinhos...
Mas entre nós humanos, a coisa é bem diferente:
Ao entrarmos em contato com outros seres humanos, ao invés de apenas os curtirmos com a mesma intensidade com que curtimos as flores, ficamos perdendo muito tempo analisado e julgando o comportamento destas pessoas e também solicitando delas a atenção que precisamos para podemos acreditarmos no nosso próprio valor pessoal.
E assim, por querermos demais dos outros, não conseguimos vê-los como realmente são; não aceitarmos deles só aquilo que podem nos dar, queremos é mais, muito mais.
Mais atenção, mais carinho e mais amor.
E assim acabamos incapazes de criar verdadeiros laços afetivos, onde a dor e a desilusão não têm espaço, pois estes laços harmoniosos só podem existir na aceitação mútua das partes envolvidas e em plena liberdade...
O que nos alegra a alma de verdade, é tudo aquilo que aconteceu num momento imprevisto, como uma estrela cadente ou um arco-íris surgindo no céu.
Eles são belos porque nos surpreendem quando menos esperamos por eles.
Porque não nos cobram nada: atenção, mudança de comportamento, nada mesmo! Eles apenas querem se mostrar,
como fazem as flores... O que destrói a beleza de um relacionamento é o sentimento de posse, de exclusividade.
Se são tantas as flores na natureza, como querer em que apenas numa delas se concentre toda a nossa admiração
e a nossa atenção ?! E pior, o tempo todo ?!
Somos todos flores, todos efêmeros, mas eternos na nossa beleza, na nossa capacidade de encantar e criar ternura em muitos corações...
POR ISSO DEVEMOS OLHAR PARA AS PESSOAS COMO OLHAMOS PARA AS FLORES... COM DESAPEGO E MUITA TERNURA.
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