Paz dos sentidos!
Momento da enaltação do SER único, infindável, indelével!!!
(Rose_Luar)
Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar
E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Boiando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar
(Chico Buarque - Mar e Lua)
Minha nota: Por mais que essa música tenha sido feita em homenagem à duas mulheres que se amavam e tinham que manter o amor em sigilo, essa letra não deixa também de apresentar uma ambiguidade dos sentimentos inteiros num retrato da realidade da alma no plano físico em que nos encontramos e no "outro" após o desencarne.
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